
2025 foi um ano de virada para o comércio exterior brasileiro. O Brasil concluiu períodos de forte incerteza internacional com resultados positivos no comércio global. Por exemplo:
-Em 2024 o país registrou um superávit comercial de cerca de US$ 74,5 bilhões.
-No acumulado até setembro de 2025 a corrente de comércio alcançou US$ 437,1 bilhões, com saldo positivo de US$ 44,6 bilhões.
-Nos primeiros meses de 2025 o comércio exterior apresentou crescimento de 5,6% no trimestre.
Esses números representam não apenas recuperação, mas também indicam que o Brasil está ajustando processos, diversificando mercados e se adaptando a um cenário global mais exigente.
-Diversificação de mercados: há indicativos de que destinos além da China ganham relevância nas exportações brasileiras.
-Empresas exportadoras em alta: o número de empresas exportadoras registrou recorde em 2024 com 28.847 empresas, o que inaugura uma base maior para 2025. Serviços e Informações do Brasil
-Maior peso de governança e digitalização: iniciativas como integração de sistemas aduaneiros, automação e o já visível avanço do Declaração Única de Importação (DUIMP) e outros processos de comércio exterior evidenciam maturidade crescente no setor.
Para organizações que atuam no Brasil ou com o Brasil, 2025 trouxe lições claras:
A importância da previsibilidade
Apesar das turbulências globais, empresas e países que investiram em governança de riscos e eficiência operacional conseguiram se destacar. No Brasil, o superávit esperado para 2025 — estimado em US$ 93 bilhões pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) — reflete esse movimento.
A digitalização como base de competitividade
A adoção de processos integrados, automação aduaneira e dados estruturados deixou de ser diferencial para se tornar requisito. Aqueles que resistem aos fluxos digitais começam a ver restrições no tempo, custo e eficiência.
A cadeia de valor exige mais confiabilidade
Exportadores, importadores e operadores logísticos estão cada vez mais exigidos por padrões de compliance, rastreabilidade e transparência — não apenas por órgãos reguladores, mas também por parceiros e clientes internacionais.
Com base na evolução de 2025, a Philos Global Services identifica cinco grandes vetores que devem moldar o comércio exterior em 2026:
1-Internacionalização inteligente
Mais empresas médias e pequenas buscarão participar do comércio exterior. A consolidação de empresas exportadoras brasileiras expande a competitividade.
2-Compliance como diferencial competitivo
Programas como o Operador Econômico Autorizado (OEA), catalogação de produtos detalhada e auditorias mais frequentes elevam o patamar mínimo de conformidade.
3-Tecnologias aplicadas à aduana e logística
Automação, IA, RPA e Big Data ganharão espaço real na rotina de desembaraço, controle de riscos e integração de processos. As operações serão mais previsíveis.
4-Sustentabilidade e ESG nas cadeias externas
Importadores e exportadores estarão cada vez mais pressionados a atender padrões ESG — ambiental, social e de governança — tanto por exigências regulatórias, quanto por demanda de mercado.
5-Gestão de riscos global e macroeconômica
As empresas não poderão mais tratar riscos aduaneiros, regulatórios ou de logística como incidentes isolados. Eles serão integrados à estratégia de negócios, com monitoramento contínuo e tomada de decisão embasada em dados.
Para não ficar à margem das mudanças, é recomendável que as organizações adotem as seguintes práticas:
-Diagnóstico de maturidade: avaliar processos, tecnologia, capacidade de compliance e governança.
-Investimento em dados e catalogação: estruturar informações fiscais, logísticas e de produto para atender DUIMP, OEA e processos automatizados.
-Integração sistêmica: conectar ERP, sistemas de comércio exterior, módulos aduaneiros e dashboards de risco.
-Treinamento e cultura corporativa: envolver o board, as equipes operacionais e de compliance para criar uma mentalidade de antecipação.
-Mapeamento dos riscos estratégicos: considerar fornecedores, mercados, regimes, logística, compliance, custo de capital e reputação.
Conclusão
O ano de 2025 mostrou que o comércio exterior brasileiro não apenas resistiu à volatilidade global — ele evoluiu. Ele se digitalizou, se regulou e ampliou sua base de atores. Mas esse é apenas o começo.
Em 2026, quem antecipar e atuar com base nas tendências identificadas poderá transformar essas mudanças em vantagem competitiva real.
A Philos Global Services é referência nacional em consultoria de comércio exterior, compliance aduaneiro e estratégia global. Nosso time apoia empresas a
navegar não apenas os desafios regulatórios, mas a capturar as oportunidades que a nova era exige.