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Retrospectiva Comex 2025: O ano da Virada Digital

18.DEZ.2025

O ano de 2025 consolidou-se como o ano da virada digital no comércio exterior brasileiro.

Não foi apenas um avanço incremental: foi o momento em que tecnologia, automação regulatória, fiscalização inteligente e integração sistêmica passaram de tendências para realidade operacional.

A combinação entre DUIMP, Catálogo de Produtos estruturado, avanço do Programa OEA, novas capacidades de análise preditiva, uso intensivo de IA pelas autoridades aduaneiras e inovações na governança fiscal elevou drasticamente o nível de exigência — e a maturidade esperada — das empresas importadoras e exportadoras.

Um marco regulatório de destaque foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do PLP 125/22, que determina a inclusão do devedor contumaz em cadastro da Receita Federal, com integração obrigatória entre os fiscos federal e dos estados e municípios.

A proposta cria mecanismos de cooperação, classificações diferenciadas para “bons pagadores” e incentivos à conformidade fiscal por meio de programas como Confia, Sintonia e até o próprio Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA) — reforçando um modelo de conformidade baseado em transparência, governança e mitigação de risco.

Para os líderes, o desafio de 2025 não foi apenas acompanhar as mudanças: foi resignificar o modelo operacional para garantir continuidade, previsibilidade e competitividade diante de um cenário mais transparente, mais rigoroso e cada vez mais orientado por dados.

 

DUIMP ganha protagonismo: o fim definitivo da “importação analógica”

Este ano foi marcado pela consolidação da DUIMP como núcleo digital da importação no Brasil. Com o avanço do módulo de Pagamento Centralizado, Catálogo de Produtos obrigatório para setores estratégicos e integração mais profunda com transportadores, recintos e sistemas privados, o fluxo aduaneiro tornou-se mais rastreável e mais exigente.

Principais viradas:

Rastreabilidade total dos dados: divergências entre atributos do SKU, NCM e documentação agora emergem antes do desembaraço, reduzindo margem para improviso.

Mais automações de validação: erros que antes eram identificados por despachantes passam a ser capturados pelo próprio sistema.

Menos espaço para correções tardias: a lógica digital exige precisão na origem, não remendos no canal.

A DUIMP orientada por dados elevou o padrão, punindo empresas com estrutura documental frágil e premiando quem possui processos maduros.

 

Catálogo de Produtos: 2025 provou que maturidade técnica virou vantagem financeira

Se antes era visto como obrigação burocrática, em 2025 o Catálogo de Produtos tornou-se um ativo estratégico.

Empresas que estruturaram seus atributos críticos — origem, composição, aplicação, especificações técnicas — colheram benefícios tangíveis:

-Redução de multas por classificação incorreta;

-Menos exigências complementares durante o desembaraço;

-Previsibilidade nos prazos e custos logísticos;

-Melhor integração com transportadores e recintos aduaneiros.

O maior aprendizado do ano: gestão de atributos virou gestão de margem. Organizações com Catálogo robusto reduziram litígios, driblaram contingências e aceleraram o ciclo operacional.

OEA em expansão: 2025 foi o ano da consolidação como ferramenta de negócios

A certificação OEA deixou de ser um selo de conformidade e passou a ser tratada como alavanca de competitividade por multinacionais e grandes importadores.

Três movimentos marcaram 2025:

-Valuation e M&A: auditorias aduaneiras tornaram-se determinantes no preço de aquisição de empresas. O Programa OEA passou a ser visto como proxy de

governança.

-Fluxo de caixa mais eficiente: regimes especiais equilibrados e previsibilidade fiscal melhoraram a gestão financeira.

-Pressão das cadeias globais: parceiros internacionais passaram a exigir maturidade aduaneira como pré-requisito em integrações logísticas.

Executivos perceberam que a certificação OEA não reduz apenas custo: reduz incerteza — o ativo mais valioso de uma operação global.

 

A inteligência artificial elevou o “padrão fiscalizatório” da aduana

Este também foi o ano em que a fiscalização deixou de ser apenas documental e passou a ser comportamental e preditiva.

Autoridades intensificaram o uso de IA para:

-Identificação de padrões atípicos por importador, produto, origem ou fornecedor;

-Análise massiva de atributos técnicos para confirmação de NCM;

-Cruzamento de dados logísticos, fiscais e operacionais;

-Seleção de parametrizações com base em risco real, não apenas histórico.

O efeito para o setor privado foi direto: menos espaço para inconsistências, maior visibilidade dos riscos e mais rigor técnico na elaboração de documentos.

 

Logística digital e visibilidade ponta a ponta: a nova régua operacional

O caos logístico pós-pandemia deixou lições que só foram plenamente incorporadas em 2025.

Sistemas de visibilidade global — integrando portos, armadores, recintos e agentes — tornaram-se padrão.

Executivos passaram a priorizar:

-Track & trace em tempo real;

-Alertas automatizados de atrasos, demurrage e desvios;

-Integração entre logística, aduana, financeiro e compliance;

-Indicadores de risco por rota, fornecedor e modal.

A operação deixou de “esperar a carga chegar”: agora antecipa problemas antes que eles gerem custo.

 

Governança e risco aduaneiro ganharam lugar no board

Outro ponto que marcou a entrada definitiva dos temas aduaneiros na agenda estratégica. Boards passaram a cobrar:

-Mapas de risco tributário e aduaneiro;

-Planos de contingência estruturados;

-Governança sobre regimes especiais e classificações;

-Indicadores de performance para importação e exportação;

-Mecanismos de auditoria contínua em fornecedores e despachantes.

A maturidade aduaneira deixou de ser responsabilidade isolada da área de comércio exterior e tornou-se componente essencial da governança corporativa.

 

O impacto direto na competitividade e no fluxo de caixa

As empresas que deram o salto digital em 2025 obtiveram ganhos concretos:

-Redução de até 40% em custos imprevistos (armazenagem, multas, demurrage);

-Aceleração do lead time de importação;

-Consistência fiscal e regulatória;

-Menor volatilidade no fluxo de caixa;

-Mais previsibilidade nos processos de suprimento global;

A mensagem do ano foi clara: adoção tecnológica não é opcional — é determinante para manter margem e competitividade.

 

Marco Regulatório de 2025: PLP 125/22 e o salto de maturidade fiscal

A aprovação do PLP 125/22, que aguarda sanção, foi um divisor de águas para o ambiente de conformidade fiscal e aduaneira.

A norma estabelece uma estrutura nacional de integração, rastreabilidade e transparência entre fiscos federal e estaduais — alinhada às melhores práticas ESG e ao movimento global de “risk-based supervision”.

 

Identificação nacional do devedor contumaz

Com a PLP 125/22, a Receita Federal passa a registrar comportamento reiterado de inadimplência, enquanto estados e municípios devem integrar dados ao mesmo ecossistema.

Impactos:

-Maior padronização;

-Mais simetria de informação;

-Maior previsibilidade na análise de habilitações, OEA, regimes e fiscalizações.

Recompensa ao bom pagador

Contribuintes com histórico sólido poderão receber:

Atendimento prioritário;

-Simplificações;

-Benefícios operacionais;

-Vantagens em autorregularização e garantias.

É uma lógica moderna de “compliance cooperativo”.

 

Consolidação de programas estruturantes

O PLP define governança, critérios e incentivos. Para o comércio exterior, isso significa que programas de confiança passam a ser pilares oficiais da arquitetura fiscal brasileira.

Incentivos financeiros

Empresas de alta conformidade poderão acessar:

-Bônus de até 3% sobre a CSLL dentro de faixas reguladas;

-Reduções de multas;

-Parcelamentos especiais.

Impacto direto no Comex

-Fisco mais integrado significa fiscalização mais assertiva.

-Conformidade fiscal e aduaneira tornam-se indissociáveis.

-A maturidade documental e digital passa a ser requisito para competitividade.

O PLP 125/22 materializa, em lei complementar, o espírito da virada digital de 2025.

Conclusão

A virada digital não foi sobre tecnologia isolada, mas sobre elevar a maturidade operacional, a precisão técnica e a governança aduaneira a um novo patamar.

As empresas que lideraram em 2025 foram aquelas capazes de transformar dados em previsibilidade, previsibilidade em eficiência e eficiência em vantagem competitiva contínua.

Para executivos e C-levels, o ponto de atenção agora é claro: operar com excelência em 2026 exigirá processos integrados, atributos técnicos consistentes, monitoramento contínuo, disciplina documental e uma abordagem estratégica ao gerenciamento de riscos.

O ambiente regulatório está mais transparente, mais conectado e muito menos tolerante a inconsistências — e isso redefine completamente a forma como decisões de investimento, expansão e supply chain são tomadas.

A questão deixou de ser “quando digitalizar?” e passou a ser:

“Minha empresa está preparada para competir em um ambiente onde maturidade aduaneira virou determinante para margem, governança e reputação?”

Se a sua organização busca elevar sua estrutura de compliance, fortalecer governança aduaneira, avançar na certificação OEA, mitigar riscos operacionais e maximizar previsibilidade no comércio exterior, a Philos Global Services pode apoiar. Fale com nossos especialistas.

 

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